Em meio à paisagem única da Caatinga, no município de Curimatá, Piauí, nasce um projeto que vai muito além da simples recuperação ambiental. Ele simboliza um compromisso profundo com a terra e com a comunidade local, unindo gerações em torno da sustentabilidade e do uso consciente dos recursos naturais.
No coração dessa iniciativa está uma agricultora familiar, proprietária da área e figura reconhecida na região por seu amplo conhecimento sobre as espécies nativas da Caatinga. Sua experiência como coletora de sementes tem sido essencial não apenas para a escolha das espécies a serem plantadas, mas também para a disseminação de boas práticas de conservação e manejo sustentável. Sua liderança tem inspirado a mobilização da comunidade, impulsionando a criação de uma cooperativa voltada para fortalecer a agricultura familiar e melhorar as condições de vida, especialmente para as mulheres da região.
A família envolvida nesse projeto tem um compromisso direto com cada etapa do reflorestamento, desde a preparação do solo até o plantio e monitoramento das mudas. A iniciativa tem como objetivo a recuperação ambiental da área, que anteriormente era utilizada para a agricultura de subsistência, buscando garantir a preservação da biodiversidade e fomentar o uso sustentável dos recursos naturais, incluindo a fruticultura e a implantação de um meliponário.
O cronograma do projeto prevê o plantio inicial entre 10 e 30 de janeiro de 2025, dependendo das condições climáticas. Plantios complementares serão realizados com base nas taxas de sobrevivência das mudas, conforme monitoramento contínuo. O acompanhamento será mensal durante o período de germinação e enraizamento, tornando-se semestral ao longo de três anos.
A estratégia de plantio adota diferentes técnicas para maximizar a eficiência da recuperação florestal. A estaquia será utilizada para espécies como umbu, seriguela, goiaba, imburana e cajá, garantindo a preservação de suas características genéticas. O plantio por sementes representará cerca de 20% do total, incluindo espécies como o caju. Além disso, a técnica de raiz nua permitirá a reintrodução de mudas coletadas no quintal de diversas espécies nativas. Para apoiar esse processo, será instalada uma estrutura de viveiro familiar, reforçando a capacidade de produção de mudas.
O projeto abrange uma área total de 2,7 hectares, com 0,2 hectares destinados ao plantio inicial. As coordenadas geográficas da propriedade são 10°01′44.17″ S e 44°19′18.93″ W, garantindo um registro preciso da localização para monitoramento futuro.
Ao unir reflorestamento, agrofloresta, segurança alimentar e ecoturismo, este projeto não apenas contribui para a conservação do bioma da Caatinga, mas também fortalece os laços comunitários e cria oportunidades sustentáveis para as futuras gerações. O compromisso da comunidade e a experiência da agricultora familiar são a base para o sucesso dessa iniciativa, que se destaca como um modelo inspirador de desenvolvimento socioambiental.